20 julho 2010

Coisas para fazer em Teodoro Sampaio


-->1 – Passear pela estrada que leva à sede da Reserva Florestal Morro do Diabo. Observar o céu, competir para ver quem aponta a nuvem retratando cena mais detalhada, a variedade é de tal forma sugestiva que os ventos que sopram aqui devem ter aprendido com grandes artistas.
2 - Comer os lanches rápidos no quiosque Portuga. A Portuguesa e sua família atendem e preparam os alimentos usando luvas.
3 – Fazer caminhadas de tardezinha, coletar sementes e vagens exóticas que as árvores dos canteiros deixam cair no passeio público, tais vagens podem atingir mais de meio metro. Não saberias o que fazer com vagens de meio metro? Sei lá, enfiar num vaso rústico, deixar um maço em um revisteiro de ferro fundido, ou só escrever aos amigos, contando que tais sementes existem.
4 – Ir ao Mister Batata tomar suco de acerola com leite e comer a batata recheada especial, se for acompanhado por crianças o mister Batata deixa que elas alimentem os peixinhos do aquário
5 – Observar a Lua, Marte e as estrelas com telescópio ou binóculos no Areião, um quarteirão baldio que fica no centro. Indo até o centro do quarteirão a iluminação pública não atrapalha a observação e tu ainda podes trocar idéias com os astrônomos amadores que chegam quando vêm o telescópio armado.
6 – Se dispuseres de vontade para cuidar e de R$300,00 para gastar, compra um cavalo. Ah, sim, não um puro sangue, é claro! Mas um destes matungos marrons. Não querendo comprar pode alugar um para um passeio, são tão lerdos quanto baratos, ninguém corre o risco de que disparem ou esbocem reações altaneiras.
7 – Ir ao Balneário Pouso da Garça e alugar um barco, motor ou remo, pescar ou simplesmente desfrutar da vista do rio. As 18:00 as garças começam a chegar e cobrir de branco os galhos das árvores da margem oposta.
No Pouso da Garça podes ainda andar de pedalinho, mas se tu és um daqueles passeadores paradões, podes passar o dia de molho dentro da piscina que tem vista para o rio Paranapanema.
8 - Pela estrada que leva à Maringá, uma vez por ano dá para assistir os colhedores de algodão retirando os pontos brancos das moitas, flocos enroscados nos arbustos de até um metro de altura. Algodão cresce em moita! É mole? 
Saber é uma coisa, ver é fechar o círculo. É um espetáculo que cheira ar puro.
9 - Passear a pé depois das dez da noite quando a rua esta vazia, sentar nos bancos do jardim da prefeitura tomar sorvete, ir até o posto MP 2 para ver os grandes peixes do aquário junto ao caixa.
10 – Quem não prejudica ninguém alterando a rotina de trabalho, no meio da tarde pode abandonar os pincéis e as tintas e escolher algum lugar na margem do rio Paranapanema para uma pescaria, que na pior das hipóteses rende uma grande piranha, mas se ficares mais que quarenta minutos sem pegar nada, esqueça! É retirar o anzol da água e abrir os olhos, que algo está para acontecer. Certamente ha lontras na água, espantam os peixes que não conseguem comer, às vezes vêm à superfície buscar algum pássaro, que inadvertidamente fez seu ninho nos aguapés. 
Se fores um aventureiro, ouvindo o barulhão da lontra emergindo e observando a rapidez com que puxa o pássaro que nem é pequeno, para dentro da água, caso estejas bem quietinho ouvindo a natureza, curve de leve os lábios em um sorriso (imagino-te. Bonito quadro!)... sendo um turista apavorado, pensarás que não é lontra, que bem pode ser uma sucuri, afinal, só se vê (eu vi) um lombo lustroso meio acinzentado de uns vinte centímetros de largura, fazendo a curva um pouco acima da superfície da água.
11 – De noite, sempre de noite, quase tudo de noite, bater papo com amigos que vêm conhecer a cidade, levá-los para comer pizza na La Paloma, que serve pizzas assadas em forno à lenha em mesas ao ar livre com vistas para o reboliço dos carros de som “Nóis trupica mais não cai”...
12 – Comer batata frita na churrascaria do gaúcho. De quebra ouvir o bom papo dos pescadores, os maiores freqüentadores daquele point, aqueles que têm rancho às margens do Paranazão.
13 – Ir até a sede da reserva florestal, sentir-se pequeno, minúsculo observando a altura e a espessura dos troncos das árvores, o tamanho ameaçador das formigas e os pássaros serpentários - que na margem do mato parecem ter encontrado algo (o quê será?). Imaginar-se em Yellowstone ao pedir informações no posto da guarda florestal aos policiais alinhadíssimos em seus uniformes safári cor de caqui. No parque tem uma trilha que chega a um córrego, o melhor lugar do mundo para observar as onças que vão beber água, diz que tem até um posto de observação, mas as visitas tem que ser agendadas e são monitoradas. E coragem para a tal empreitada, será que fornecem? Não faço questão. 
Na estrada que leva ao centro do parque é possível ouvir os urros das pintadas que fazem tremer os vidros do carro, deixa eu fechar isso aqui! 
Ative o link e veja que nem é preciso ir até a fonte! http://www.youtube.com/watch?v=eKb91l2vmoM.
14 – Peneirar as raridades em cd’s na Farmácia Central, que além do bom atendimento em seu estoque oferece até a pérola “In Memoriam” do Vicente Celestino, e deliciar-se ouvindo a música número 1, O Ébrio e especialmente a 14, Luar do Sertão...não gosta?! Mas como? É très-cult, tchê!

15 Andar de patins, skate ou patinete, bicicleta ou carrinho de rolamentos, ou simplesmente caminhar de olhos vendados pelo meio das ruas é seguro. 

Só não é seguro para os condutores dos carros que estão sempre sujeitos a morrer de infarto ao serem fechados pelos imprudentes ciclistas em alta velocidade. Quase todo mundo tem bicicleta,quando as usam para ir às compras deixam a magrela estacionada junto ao meio fio, sem correntes nem cadeados. Em pezinho, soltinha!

16Agendar uma visita à exposição da artista plástica Giane Pereira Soares, que em julho estará expondo no Clube Taquaruçú suas telas inéditas realizadas nos últimos seis meses, caso a encontre por lá, faça muitos elogios e invista um capital moderado em seu trabalho, que só tende a valorizar como indica a trajetória desta gaúcha, que através da técnica do óleo sobre tela e da acrílica registra suas primeiras impressões desta cidade que no último dia 23 de março completou 49 anos de emancipação, e na qual os habitantes auto-denominam-se Os Pioneiros.

Aviso importante:

Caso prefiras os programas à beira do rio, não esqueça:

Quem não tomou vitamina b 12 nos cinco dias que antecederam ao passeio, às 19:30hs, tem que estar com o material de pesca guardado, sentado dentro do carro com o motor ligado, com os vidros fechados para voltar à cidade.Vidros fechados, isso é de vital importância! Siga exatamente a rotina descrita, senão os mosquitos te comem, mastigam, abocanham, chupam, arranham, coisa horrível, ataque feio, garanto! 

Tu não poderás mostrar as pernas em público por um mês, nem os braços, muito menos o rosto. Em caso de imprudência e posterior desastre coceirento, use algum creme à base de Prometazina, que se não acaba com os caroços das picadas, ao menos alivia a coceira.

-Algo fora de lista: Observar o acampamento Betinho, dos Sem Terra, que fica na entrada de Teodoro Sampaio. Como cresce! Indubitavelmente encafifante o perfil destes sem terra, que não combina com o perfil que é divulgado pelos meios de comunicação. O acampamento está ao lado de uma fazenda onde muito mais de mil cabeças de gado branquinho e bonito, pastam. Nesta época, em que a maioria gasta a vida como frangos anabolizados, com a barriga cheia de frango anabolizado, massificados pela tv, uns querendo ter o sobrancelhão da Maria Clara, outras se esforçando para ter o sucesso da Laura, alguns sendo bobos como o Faustão, outros improváveis como o Gugu, entre esmaltes vermelhos, cirurgias plásticas e bundas de silicone, é impossível não reverenciar a força de vontade de idealistas. 
Eu não teria coragem para uma luta destas, também, provavelmente não é a tua luta, mas é de se fazer um benzimento, por nós, por eles, ao passar pelo acampamento que dá calafrio! 
O que fazemos entre fraternos? 
Que sociedade é essa? 
O acampamento não tem água, nem luz. Morando aqui vejo estes sem terra trabalhando, fazendo bicos, o tal dinheiro assistencial nem sempre vem, nunca é suficiente, trabalham em fábricas e comem com o dinheiro que um dos membros da família apura. 
Ao lado de Teodoro Sampaio, na saída para Maringá  tem um assentamento...sei lá...normal. Como pequenos produtores, o pessoal vem à cidade fazer  compras. 
Sei que são produtores de leite, e que o nome do assentamento é Che Guevara.

Empreendimentos para alguém que queira morar em Teodoro Sampaio realizar:

*Abrir a primeira academia de Yoga da região. 
Eu fiz pesquisa, as pessoas gostariam de frequentar as aulas e conhecer melhor a filosofia.
*Montar uma sala - com ar condicionado - para exibição de filmes, o que ajudaria a evitar que o vivente tenha que andar 120 Km para assistir um filme na telona. 
Eu não fiz pesquisa, mas se o cinema abrir, estou lá!
*Abrir uma loja de compra, venda e troca de livros usados, um sebo.
*Abrir uma cafeteria com ar condicionado e convidar os gaúchos da cidade para falar de política, se queixar da situação, agita o ambiente. Eu vou!
*Aprimorar a técnica fotográfica e modernizar o equipamento(este é para mim) trocar o carro por uma camionete e carregar uma escada constantemente, dá para registrar fatos inéditos, ou correr o risco de ser desacreditado contando que na semana passada em uma barreira policial foi encontrada uma onça sussuarana no porta-malas de um chevetinho marrom queimado. O proprietário do carro deu de ombros e declarou no jornal das 19:00: “Fazer o quê, eu estou desempregado e minha família precisa comer...” Não é preciso nem dizer que para enfiar a onça no porta-malas, ela estava morta. Que tempos! O homem iria comer a onça! As leis universais, gráficos de cadeias alimentares completamente invertidos. Improvável mas não impossível. 
Isso pode aconteceu em Teodoro, como aconteceu em Nova Iorque com Woody Allen também!
*Fundar um jornal comprometido com a verdade e registrar fatos espetaculares, como a desabalada corrida de um ônibus de universitários que ia para Presidente Prudente e ficou sem freios na rua principal. Registrar a perícia do motorista que conseguiu evitar um acidente grave, um super motorista, eu diria até um verdadeiro herói, mais merecedor de louros do que a atuação de Keanu Reevers no filme Velocidade Máxima, porque afinal, neste caso de Teodoro não havia produção, nenhum auxiliar de direção havia interditado a rua antecipadamente para filmagem... 
E vai o ônibus, mas é pura realidade, e passa por nem sei quantos quebra-molas, sai da cidade entrando contra-mão no trevo, pega o asfalto na direção de Prudente em velocidade máxima, e em uma curva, não havendo santo para segurar, que Santo Anastácio ficava mais para frente, capotou. 
Ninguém ferido.
*Fundar um jornal não comprometido com a verdade e contar que um ônibus cheio de crianças ficou sem freios na rua principal. Na saída da cidade o motorista, um direitista juramentado maliciosamente jogou o coletivo em cima do acampamento dos sem terra, acidente este, que felizmente não fez vítimas. Evidentemente atentado, indiscutivelmente intenção dolosa.
Aviso: o tal jornal não dura muito tempo! Na cidade existe uma rede de informações tão eficiente, um tal conversê com cruzamento de dados que aos interessados é possível saber tudo o que trouxestes na última vez que estivestes em Presidente Prudente ou Maringá. 
As empregadas do lar checam os tiquets de compras e espalham as informações mais interessantes, e tu descobres isso ao conversar com alguém na rua, pois te perguntam se isso ou aquilo é bom mesmo.

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*Montar uma transportadora com algumas carretas para transportar as ninhadas de gatos que são largados nos terrenos baldios. 
É apenas o germe de uma ideia, ainda não a desenvolvi suficientemente para descobrir onde levar os gatinhos, nem como manter as despesas e obter algum lucro, já que a meta desta análise é empreendimentos comerciais.
*Abrir uma agência de empregadas domésticas profissionais
sugestão: Trazê-las de fora. As de lá são todas muito comunistas, boas para qualquer luta, mas não muito satisfeitas em praticar tarefas do lar.
Giane Pereira Soares
04.05.04


Woddy Allen, ative o link ou clique no título: http://www.youtube.com/watch?v=3d76580JB2A
Óleo sobre tela, Avenida Cuiabá Pintei em 2006, óleo sobre tela, 200x130. Estava a beira dos transplantes de córneas, quando o pintei

13 julho 2010

A família de Massaho - Jundiaí


No ano passado tive a honra de ser convidada a participar da reunião familiar da advogada e do dentista aposentados Dolores e Massaho Takejame em Jundiaí, interior de São Paulo. Meu filho mais velho, Maicon, estava namorando com a Marina, filha de Regina Takejame. 

Na ocasião conheci os experimentos que o grupo desenvolve no plantio de hortaliças e árvores frutíferas, bem como o andamento do projeto de compostagem e aproveitamento de recursos naturais, que Massaho, Dolores e os seis filhos, noras e nove netos criaram e mantém de forma cooperativa. Os membros da família, profissionais de várias áreas, têm como hobby o plantio e cultivo sem agrotóxicos dos horti-fruti que consomem. 

Através do publicitário Roberto, soube que um dos mais estruturados grupos empenhados na preservação da semente crioula, está no Rio Grande do Sul, Roberto salientou que a Unaic, do interior de Canguçu, está em atividade há mais de 14 anos, firmemente imbuída na preservação de sementes que não foram genéticamente alteradas. Em 1997 criaram o Banco Comunitário de sementes para facilitar a troca e conseqüentemente a preservação destas variedades que estavam sendo cultivadas unicamente por grupos familiares, indígenas e quilombolas. 

Desde lá, aproximadamente 40 mil pessoas da região de Pelotas já foram beneficiadas pelos Bancos de semente crioula, que se multiplicam com a divulgação deste e de outros projetos similares que incentivam a manutenção ou recuperação da autonomia da produção dos grãos sem mutação. 

A atuação da EMBRAPA tem sido determinante, frisou Roberto, incentivando a agricultura familiar e facilitado a troca entre agricultores deste gênero de sementes, que é afinal, um valioso patrimônio genético.



Regina disse:16 de julho de 2010 18:06 
Que coisa linda, Giane! Meu pai, de onde estiver, certamente está muito feliz com essa homenagem. Seus olhos de grande artista enxergaram uma beleza maior que jamais pretendemos e captaram a essência do amor e respeito a natureza que meus pais sempre cultivaram. Obrigada! 
Você é sempre muito bem vinda! 
Beijos!

12 julho 2010

Documentação François Dhôtell


O que mais me impressionou da Torre foi ver a estrutura por baixo, especialmente onde um pouco da fundação está aparente. Subir para ter a vista de Paris é interessante, mas são imagens tão conhecidas! O desenho da estrutura é um colosso! 

Quem vai querer ver Paris de longe, estando lá? Esta mulher aqui enxerga com os dedos, a surpresa da torre para mim foi a solidez, o formato e expessura dos perfis, o tamanho dos rebites, apesar de ao vivo também impressionar pela delicadeza. Ainda longe, caminhando em sua direção tive a impressão de que era feita de renda, renda de bilro, isso sim! 
Tingida com chá preto pelas rendeiras do nordeste para ar o ar antiguinho. 
Santa emoção Batman! 
Mas era a estrutura de Mecier Eiffel?! 
Com minha boa imaginação até o via trabalhando com seu pessoal no escritório montado ali para administrar a construção...ah não, isso não foi imaginação, foi a sala que reproduz esta cena em que ele aparece em tamanho real com sua equipe em imagens super-realistas em cera. Mas é claro que deixei o guia na poeira e corri em sua direção, vai que batesse um vento e dissipasse a delicada imagem antes de eu tocar? Brinque com o que é sério...
François Dhôtel escreve:"A maior dificuldade para construir a Torre estava em erguer-se o vínculo dos quatro principais pilares do primeiro andar. De fato, considerando o equipamento disponível da época, foi necessária a implantação de forma tão precisa quanto possível até quatro bases de 80 metros de distância um do outro e, em seguida, levantar os quatro pilares em uma inclinação precisa, medindo milimetricamente, cinqüenta metros acima do solo. A montagem dos pilares - auto-estáveis - acima do primeiro andar foi mais fácil. Quanto à Torre, foi erguida com muito mais facilidade, apesar do trabalho nas alturas ...O princípio por trás da estrutura revela duas seções aparentes que suportam a tensão:- As ligações horizontais no primeiro andar - A base do topo da torre. Esses dois pontos foram criados mais adiante. A estrutura foi feita de ferro e não de aço.A torre foi montada utilizando um número limitado de peças fabricadas, conforme fica evidente na lista abaixo extraída do livro do Sr. Eiffel. Todo o ferro vinha de fábricas do Sr. Dupont e Mr. Fould, ferreiros localizado na Pompey (Meurthe-et-Moselle), que estavam representados em Paris por seu diretor, Sr. A. Prègre e que nos manteve informados sobre os graus de ferro. As peças utilizadas para a construção da Torre seguem abaixo. O material foi entregue nos seguintes preços: Ângulos iguais de 40e 100 -13,25. Seções Standard, 1 e 2 graus -13,25. Seção 3 e 4 graus -13,75. Barras planas até 500-15,00.Ferro de folha ordinárias -15,50. Chapa Xadrez -16,50. Seções “Tee”, designadas por Eiffel em seu livro -16,00. Seções de ângulo aberto e fechado -20,00 Os rebites vieram do Sr.Letroyeur e Mr. Bouvard, de Paris. A qualidade é similar a do material empregado nas caldeiras e rebites de locomotivas”.

A estrutura da Torre Eiffel, artigo do arquiteto François Dhôtel. 
Primeira foto:eu ao pé da guriazinha, abaixo, segunda prancha do projeto da Torre Eiffel. Ative link para o vídeo do ano de 1962, Barbara-Dis, quand rieviendras -tu?, clique no título ou ative o link:

11 julho 2010

Comentário ao texto do Marmel Ton -Vida em Agradecimento


Interessante o teu trabalho, o que escreves:"Porque desde a infância somos nossos próprios brinquedos, realizações, sonhos, projetos, inventos, alegrias e decepções".
Quando eu era bem pequena, na leitaria dos meus pais, brincava com argila, fazia bolas - antes de conseguir modelar os patos - fazia as bolas de argila negra e deixava secar ao sol. 
Aprendia sozinha antes da idade da alfabetização, pesquisava...as infames bolas, no inverno do Rio Grande do Sul não secavam nunca! Na sombra ou na chuva, sempre ficavam moles por dentro. Ao sol do verão rachavam como pão quando cresce no forno, era um nojo, já que eu as queria lisinhas. 
Para construir algo...uma casa só para mim, feita de bolas bonitas...ou forrar um caminho que levaria a outro país ou a muitos outros! 
Queria encher o mundo de pedras redondas, ia apostar com Deus, o tal que acorda todas as manhãs e batendo palmas faz margaridas, pede mais, mais, mais! 
Pois ele - quadrado - ia continuar nas suas pedras disformes e eu iria consertar e embelezar o mundo à minha maneira - tudo redondinho. 
Era minha luta. Mas como obter o êxito?  Se não conseguia que as diabas secassem por dentro e por fora e ficassem uniformes. Minha mãe me disse um dia, veja bem, eu não lhe perguntei, que a conquista, a descoberta é mais prazerosa quando é fruto de pesquisa solitária, pensava...penso.
Ela disse: 
-Isso ai tu terias que queimar, cozinhar para dar certo. Deixa secar, depois põe entre as brasas de uma fogueira. Fica duro como pedra, assim os bugres fazem seus potes. 
Estragou minha pesquisa. 
Mas é claro que um dia eu ia descobrir isso sozinha! 
Tu não achas, Marmel, que pais que dão resposta sem serem questionados estragam a brincadeira?
Foi então que me voltei às pesquisas de botânica e experiências de melhoramentos na produtividade do pomar; com a seringa mais linda e forte que existe, metal e vidro, aspirava suco de limão ou laranja e injetava no pessegueiro...pois...vivia
m se queixando, - os adultos, que os pêssegos dali eram encruados - e mais feios eu nunca vi mesmo; as flores até que eram bem formadinhas, mas os frutinhos mirravam sem amadurecer. 
Começei a trabalhar naquilo - melhoria genética, hoje sei, enxerto estrambólico, é certo, mas...tentativa! 
É a vida. 
Nunca mais me tiraram o gosto. 
Era um ritual. 
Primeiro, quando eu era pequena, apanhava de chinelada quando o pai tinha que vacinar as vacas e encontrava a agulha retorcida como anzol, uns chinelos meio macios, não lembro de dor, e não eram muitas, era algumas chineladas de refilão, acompanhadas de um palavrório federal. 
Pobres pais! Sempre soube, nada resolve bater ou brigar com gente do meu tipo. 
Escondiam o estojo com agulhas...de quê adiantava? Eu tinha mais tempo para procurar do que eles para esconder, primeiro escondiam sobre os armários altos, depois, truculentos, dentro de gavetas no meio de papéis. 
Era um jogo emocionante que eu sempre vencia, e uma vitória, mesmo acompanhada duma sova tem seu valor! 
O pessegueiro...o estrela/paciente, com o tempo transformou-se em fornecedor de varinhas, mas nesta época eu já questionava o valor da vitória com sova, também corria mais que meu pai. Levei mesmo assim uns laçassos. 
Daqueles eu lembro. Seja pelo desaforo de ser agredida com membros do meu paciente, ou por que já estava a me importar mais pela minha saúde do que com a dele. 
Mamoeiros com seu sangue que catalisa de imediato são tão previsíveis e se regeneram mesmo sem doutora, já os abacates gangrenam sempre! Faça tu o que fizeres para sanar os arranhões ou cortes que fez para ver o que tem dentro, ou fazer uma cesárea, sei lá. 
Então, já na idade de bicicleta e corridas disputadas ladeira abaixo com os guris da rua, pesquisando com a minha testa descobri que Deus em alguns lugares já havia forrado o chão de pedras redondas...enquanto eu, nunca aprendi a fazer margaridas.
Sobre vida em agradecimento, o seu texto para comentários no face, hoje quando retornava da padaria pensava no seu conteúdo e na minha vida. 
Em quanto tenho lutado pelo meu amor, chamo de amor, no entanto, quanto do ego está no poder que impede que eu realmente me entregue à ele? 
Escutava um cd com uma excelente seleção do DJ Samuka, que ganhei no Espaço de Jã, nele, na música Os Anarquistas, está a composição de Tuco e Roberto Freire, que diz: 
O AMOR - NÃO A VIDA - É O CONTRÁRIO DA MORTE.

Para ouvir o conselho do Osho, SIGA A SUA NATUREZA, clique aqui:

09 julho 2010

Voando sem instrumentos

Entregou-me a pedra sem me ver. 
Tinha os olhos fixos, arregalados a forma de fascinação. Destes que não favorecem profundidade, antes são meros sinais faciais. Disse-me: "-Faça uma pomba - entusiasmou-se -isso!, faça uma pombinha, vejo uma aqui." 
No exercício com argila pedi explicações sobre a composição do material e quais seriam as dificuldades na queima para cada tipo. Entusiasmei-me, e ansiosa por reconhecimento, citei minha experiência de três anos no Pontal do Paranapanema onde pegava a argila nas jazidas, tinha que retirar algum resíduo como pedras ou madeirinhas e ainda assim não trincava na queima; se era em função da composição do barro natural, ou a queima em fornos gigantescos das olarias em meio aos tijolos e lajotas, de forma lenta, é determinava a resistência do que eu produzira na época. 
Era um barro bem preto, e agora, para o exercício recebia argila vermelha... 
Perguntei-lhe de que forma se comportaria esta na queima. Não respondeu. Narrei o caso para minha filha e ela argumentou que a professora provavelmente não ouvira. E foi o que pensei depois de fazer o tal discurso com os mil olhos das colegas presos na minha cara. Respondi à Camille que tentei repetir a pergunta de forma mais simples mas a professora interrompeu-me deselegante e agressiva. 
Durante o curso não mais me dirigiu a palavra ou cumprimentou. 
Entre as colegas havia algumas que eram suas alunas na faculdade. Disseram que lá ela também é assim. Pensei em abandonar o curso, mas já havia pago. Algumas colegas diziam que não abandonavam porque o haviam ganho. 
Tentei desfazer o mal estar como auto-desafio. Kilekau - assim, meio viking, passei a chamá-la, já que era sua expressão de aprovação entusiasmada somente aos trabalhos incipientes- tem medo, idéia fixa em competição; seu mote: Ah, a concorrência... E pois, sim, há concorrência. Que seja saudável! 
De longe bispava a Chiquinha com seu rabo de cavalo. Alguns me aconselharam a formalizar queixa, outros sentenciaram: tempo perdido! Chiquinha Kilekau tem um grande atelier, excitada, entre palminhas declarava que nada a faz mais feliz do que empurrar uma escultura grande em um "carrinho apropriado". 
Lembrei-me da charrete do seu Adão que transportava as peças grandes que eu fazia para as olarias em Teodoro Sampaio. Boa charrete, molas amortecedoras das melhores, nunca uma peça trincou ou quebrou, puxada por um matungo marrom muito calmo. Passos seguros pelas ruas empedradas de Teodoro Sampaio. 
Seu Adão transportando figuras de argila...e deus (astronauta?) dirigindo seu automóvel atrás, observando o comportamento de Adão com a responsabilidade delegada. 
Seu Adão não parecia grande apreciador de maçãs, mas gostava do desafio de não quebrar a “estauta” da gaúcha.
É certo que Chiquinha Kilekau não falava deste tipo de carrinho, mas dos movidos a muito dinheirinho. Mas quem viu, zomba da escultura em praça pública que ela perpetrou com movimento errado. 
Sentia-me arreliada pelo trauma, por perder tempo, mas tinha que aprender algo com a experiência. 
Meu mantra é “não vim até aqui para desistir agora”. 
 Estraçalhei a pedra que recebi e não fiz uma pombinha, mas duas! 
O que fiz é um ninho com ovinhos e tudo. 
Todo o desaforo que suportei estoicamente até ali  valeu o gritinho sufocado da professora quando entrou na sala das pedras e identificou a minha veneta escultórica. 
Se antes não me dirigia a palavra, agora nem se aproximava donde eu trabalhava. 
Compreendi o prazer dos bobos desenhistas de falos estilizados dos muros. 
Que primitivismo mais interessante! 
Que prazer em revisitá-lo em pedra sabão! 
Saboreava os melindres da Chiquinha: 
Que cobra que sou! Fiz adoráveis amizades. Surreal. 
Estava ali de sarna. Cobrei reiteradamente a apostila prometida pelo curso e não a recebi. 
É que sarna, cobra. 
Acabou o curso e as férias. Tu pensas que derrubo aquele Golias? 
É blindada por dois mil e quinhentos diplomas, uma escultura de ar modelada por diplomas. 
Os anos passam e fico cada vez mais satisfeita comigo por nem ter tentado desmascará-la publicamente de dedão em riste, à lá Brizola. 
O ferimento ocasionado pela negação dela em me reconhecer como aluna, colega, existência espiritual - que seja - não cicatrizou. 
Busquei com a determinação e o sacrifício de um templário em busca do Graal, não cicatriza, só quando eu entender...Por que? 
Disfarço-o com sarcasmo, mas não deixo de ficar penalizada ao pensar em quantos tombam por medo de gigantes de papel como aquele. 
Tudo porque ousei me apresentar e fazer uma pergunta. 
Foi como se tivesse dito: 
-Eu sou o teu pior pesadelo(entre dentes), guriazinha!

Fotos: Duas pombas, inconcluso. e senhor Adão em frente à cerâmica do senhor João -Teodoro Sampaio, SP. 

08 julho 2010

A Casa do Bispo

Segunda-feira, passa de meia noite, sentada em frente a lareira com as mãos a cheirar laranja. Laranjas e fumaça, é assim que começo a pintar toda noite, fogo na lareira, fogo que me aquece por fora, que me queima por dentro...
Labaredas iluminando laranjas cor de laranja e a cesta 
de vime amarela com recortes e fotografias dentro. 
O fogo por dentro e por fora, 
 minhas mãos parecem metal líquido modeladas por fantásticas luvas transparentes, 
pegam o pincel e fazem.
Vão saindo traços curvos, linhas retas, e mais retas, curvas novamente, as mãos param e me perguntam se vi, se aprendi como fazer. 
Coloco a mão que agora é de gente de novo, em meu queixo duro, e respondo que sim.
Hoje acordei mais cedo e senti a presença do quadro que pintei sem ver. Passeio o olhar pela sala sem me prender nele, ainda tem que materializar mais um pouco. 
Parece heresia eu avistá-lo, vamos que a matéria-cor não goste e 
desapareça, não sei... se eu olhar mudará, talvez, de ordem, de forma. 
O confronto da lembrança com a realidade, é esta a ansiedade, será, será que foi o calor da hora? 
E meus filhos tomam o café da manhã... ah, se o mundo parasse! Parar o mundo -parado! A fumaça das chaminés, parada! 
 O cachorro com a perna erguida ao lado do poste, na cara tranquila estampada a satisfação do banal, parado! Eis que o telefone põe o mundo em movimento berrando estridente, do outro lado do mundo a amiga que mora logo ali, responde o meu alô. Lembro que ontem, remexendo as brasas pensei em ti, como andará esta poetisa? Ligou tão cedo, falou, mas não disse. Olho os quadros destes dias, o das flores, o das mãos, o grupo de mulheres, somente mulheres, e ainda assim, lá estão todos, todos que conheço, homens e mulheres, com suas expressões sobre o rosto das mulheres nuas que pintei. 
 Durante o dia não vou pintar, faço divulgação, tenho conversas, faço caminhadas. 
Comprei lenha para o fogo indispensável na lareira arquitetada pelo construtor do casarão, o Dom Walmor Battú Wichrówski - o Bispo. 
Esperarei pelos alunos para a aula da noite, com fogo alto. Hoje é dia de pagamento das mensalidades. 
Na hora de começar a aula, faltou luz. A primeira aluna já chegou, chama-se Sara. Vem de outra cidade, esta comigo há dois anos, seus pais são agricultores, nas entre safras, trocamos aulas por produtos coloniais, ou a mãe de Mara, que é costureira, faz alguma coisa que eu esteja precisando. Dar aulas para Sara é uma riqueza. Quando sua mãe estava grávida pegou rubéola e ela nasceu surda. Sara é a pessoa mais radiante que conheço. A próxima a chegar é Suzana, que criou os filhos e estava procurando um hobby quando chegou ao atelier, a pretensão se alterou, e muito, de lá para cá sonha atelier, produz e cresce rápido. Está ambiciosa quanto ao futuro do seu trabalho. 
A terceira a chegar é Ivana, é uma menina que os pais estão estimulando a fazer algo que eles também gostariam de fazer. Em seguida chega o Stefanello, ele é dentista, também de outra cidade, ex-seminarista, é um artista que optou por uma profissão estável paralela. 
Mantenho-o informado do movimento cultural, da movimentação da Fundação Cultural e ele me fala das técnicas que aprendeu no seminário, às vezes me empresta suas ferramentas, hoje lhe pedi a serra elétrica. Quero fazer algumas experiências com madeira, na próxima aula ele trará. 
Agora chega a última aluna, a Êmili, uma menina com várias meninas inquietas dentro de si, espírito moleque com a qual estou aprendendo a buscar e impor limites, ela tem dificuldade em se concentrar, e eu também, perto dela ninguém fica quieto, temos que ordenar o ritmo para que a melodia surja, é exercício mútuo. A luz não voltou, hoje Êmili trouxe sua mãe para ser modelo para a turma. Esperando que a energia retorne, acendo todas as velas, as dos castiçais também. 
As meninas sentam-se no tapete, cada uma com um livro de poesias. Numa ordem que só elas conhecem, recitam, e nós, adultos, naufragados na penumbra de nossos oceanos particulares, sentindo as três meninas sentadas rodeadas de velas no blecaute da cidade, Êmili, doze anos, a super-ativa, Sara, quinze anos, natural no ambiente, trancendental, Ivana, treze anos, a tímida. 
No final, três meninas... Êmili assustada – concentrou-se!  Ivana deixando ver a ponta do iceberg, e Sara alegria segura... Os adultos: Mara, assustada, refletindo assombro nas lentes do expressivo olhar que flutua sobre a gola alta do blusão felpudo. A modelo, a mãe de Êmili, cansada ao chegar pediu desculpas, sentia-se imprópria.  No final da aula que não aconteceu, está serena, suave, sentada no chão, perto de um castiçal desenha caracóis azuis no papel cançon. Stefanello, que saiu para negociar os créditos da faculdade da filha na universidade, retorna em meio ao sarau das meninas. Sentou-se sem fazer barulho, no final de cada poema, sorria calmo, mas seus olhos soltavam chispas. 
Eu, talvez uma zeladora do espaço, ou a timoneira da imensa embarcação cultural fantasma que navega por esses ares, um coelho preto, uma pessoa que adora gente, uma não sei exatamente o quê, e nem se saberei um dia...talvez...sim, naquela noite era a timoneira do tal navio que de vez em quando se acopla em algum lugar que sirva palpitar com energia emprestada. 
A noite foi perdida, ninguém melhorou a técnica do desenho da figura humana, nem pagou a mensalidade. 
A noite foi maravilhosa e inesquecível. 
Todos se foram, a luz voltou. 
Na madrugada, em frente a lareira acesa descasco uma laranja e jogo as cascas no fogo, as chamas se avivam e a pele do meu rosto começa a encolher. 
Hoje não vou pintar.
Julho de 1999 -
Nas fotos: 1- A modelo Êmili Lemanski posa para alunos das terças-feiras,
2- Aulas dos sábado, meus alunos, o estilista Clóvis Boufleur e o arquiteto Luiz Fernando Amorim em aula com modelo Mauro.
3 - Cartão do Bispo Dom Walmor Battu Wichrówski, o construtor da casa que foi temporariamente Diocese, Dom Walmor foi o primeiro morador do casarão que restaurei para instalar meu atelier, em Ijuí/RS.

Clique no título para ouvir Reflections of Passion, o som que vibrava nos quatro salões integrados da Casa do Bispo, era com ele que eu recebia os alunos. 

06 julho 2010

Família Ohata - História

Retrato em óleo sobre tela, 230x140cm. Família Ohata, executei baseado na foto registro da família feita um dia antes de alguns membros mudarem-se para o Brasil, em 1928. Fiz para Nanci  Santana, a filha do que aparece  menino no centro da tela, de roupa amarela, Tetsunosuke..Durante um ano Nanci falou o que sabia sobre a personalidade dos antepassados e eu fiz pesquisa de cores, padronagens e texturas dos tecidos das roupas, o pai de Nanci aparece no retrato aos cinco anos de idade.
Abaixo: Foto da abertura da exposição em Pont Sainte-Marie, na França, ao fundo meu São Jorge em óleo e o retrato da familia Ohata, Exposição na Primeira Temporada Associação Brasil Sertão et Mer.

Abaixo: Inauguração do retrato com a presença dos descendentes dos retratados em recepção na propriedade de Tetsunosuke. 
Foto fornecida pela Nanci.

"Você está bem de saúde? Do nosso lado estamos bem.
A sua pintura é muito bonita,
todos que a viram, cada um elogiou a sua maneira,
acharam bonita.
Muito obrigada mesmo!
Sempre cuide bem de você e caminhe com saúde."



Tradução da carta que recebi da esposa de Tetsonosuke, dona Miharu.
Tradução de Nanci.

Ruth Lomboglia informa:camas hospitalares e cadeiras de rodas para empréstimo

Um ser humano muito especial, chamado Aroldo Mendonça, integrante do Rotary Clube, formou um banco de leitos hospitalares e cadeiras de rodas e os empresta, sem cobrar nada, só pedindo em troca a sua devolução, quando não é mais necessária. Ele é um anjo da guarda para muita gente.Atualmente, o banco, conta com mais de 600 leitos espalhados por todo o Brasil, já que o Sr. Aroldo conserta e aceita doações das camas hospitalares e cadeiras de roda, mesmo quebradas, ele retira no local e leva para a sua oficina que é especializada nesse tipo de conserto; As doações são as propulsoras dos empréstimos e ajudam a mais e mais pessoas, todos os dias e em todos os pontos do país, sem pedir nada em troca.O frete dos empréstimos fica por conta da pessoa interessada que faz uma espécie de contrato com o Sr. Aroldo por seis meses, sendo renovável por mais tempo, mediante a necessidade do prolongamento do uso do equipamento.Caso precise, ligue para o Sr. Aroldo Mendonça: (21) 2266-2501 (21) 2266-2501 ou (21) 9636-8000 (21) 9636-80 -Recebido da colega de Contação de História do Grupo Era Uma Vez do CCJ, Ruth Lomboglia.
Para ver o vídeo Cavaleiro Monge de Mariza, ative o link ou clique no título:
http://www.youtube.com/watch?v=LTvjdkvDZHs

04 julho 2010

Dominique Strauss Khan

Dominique Strauss-Kahn, Diretor Geral do FMI, REUTERS/Yuri Gripas
Quem inspirou Dominique Strauss Khan, o favorito à presidência na França?
"Dominique Strauss-Kahn não é um economista ligado a uma única doutrina, suas ações são inspiradas em várias linha de conduta, analisa o economista Jean Pisani-Ferry, que foi seu conselheiro em Bercy.
Quatro pensadores, em particular, moldaram suas crenças:
John Maynard Keynes (1883-1946)
DSK adota uma das ideias-chave do famoso economista britânico, o papel pró-activo do público, a regulamentação dos mercados. É também um admirador de Franco Modigliani, um dos principais especialistas da poupança, que encarna o pensamento keynesiano frente ao monetarismo de Milton Friedman. Mas ele se distanciou dessa interpretação, comum na esquerda clássica, o que confunde o intervencionismo keynesiano, lhe dá a licença para arrancar todo o cabelo. História: DSK dirige o FMI, Keynes foi um dos seus fundadores.
Karl Marx (1818-1883)
"Nesta matéria, DSK é um admirador, e não um crente ou um profissional, afirma Gilles Finchelstein, onde Marx exacerba os conflitos, DSK, quer contemporizar. Daniel Cohen pensa da mesma forma: "DSK acredita em um compromisso entre trabalho poder e capital, que a globalização torna mais complicado." No entanto, o estudo de Marx convenceu o ex-ministro da importância da produção: antes de redistribuir a riqueza deve ser criada.
Joseph Schumpeter (1883-1950)
O austríaco fez da inovação e do papel do empreendedor o impulso para a economia. DSK prtaica tais idéias, incentivando novas tecnologias.
Karl Polanyi (1886-1964)
Nascido na Hungria economista britânico, ele acreditava que, após a violenta crise de 1929 teve início um movimento inverso, quando a economia passou a estar a serviço de todos. DSK manteve a idéia de um socialismo regulamentar.Matéria feita por Corinne Lhaïk,publicada em 24/06/2010.Retirei e traduzi com auxíli de tradutor automátic, do www.lexpress.fr
Para ver o vídeo, Sanar el mundo Heal the World - Michael Jackson, ative o link ou clique no título:http://www.youtube.com/watch?v=sSHHbLppNdQ