07 janeiro 2014

O Enigma das Pirâmides, por J A Lopiz


"Em todos os textos da história da Matemática repete-se monotonamente, como verdade firmada concretamente, que os egípcios não passaram do simples empirísmo nas concepções matemáticas visto como a geo,metria deles destinava-se em todos os casos a mensuração do solo, isto é, aplicava-se a  a finalidade prática.
Na realidade, se julgarmos os conhecimentos matemáticos dos egípcios pelos poucos textos que chegaram até nós, a Matemática deles era bastante primitiva. Assim por exemplo, Neugebauer salienta que a maior conquista da Matemática egípcia de todos os tempos foi o conhecimento da tabuada de multiplicar por dois. Os babilônicos possuíam tabuadas completas de multiplicação - semelhantes à conhecida "tabuada pitagórica" do ensino infantil - mas os egípcios, nem mesmo até aí chegaram, porquanto, o processo para multiplicar que usavam consistia em sistema engenhoso que permitia a multiplicação por qualquer número somente com o conhecimento da duplicação. Na minha opinião, o que o papiro de Rind revela neste sentido nada mais é do que a prova de observação de Platão que os egípcios haviam conseguido elevada perfeição didática, ensinando às crianças a Matemática como se estivessem brincando. Neste sentido tomo a liberdade de recomendar aos mestres modernos o processo egípcio da multiplicação, porque conduz ao aprendizado da Aritmética sob forma divertida que ensinaria ao mesmo tempo às crianças a essência do método matemático: a economia de princípio. Não acredito que os arqueólogos do futuro seriam justos para conosco se julgassem dos nossos conhecimentos matemáticos pelos textos do jardim da infância. Possuirmos tão-só textos de ensino infantil não significa que fosse esse o nível mais avançado alcançado pela Matemática desse povo - tão admirado pelos gregos.
Contudo, se não possuímos provas para  julgar dos níveis mais elevado alcançado pelos egípcios na Matemática abstrata, em compensação as obras em pedra que nos deixaram permitem apreciar a capacidade que possuíam na mensuração."

Extraí o trecho acima do livro de J a Lopiz, O Enígma da Pirâmide, traduzido para o português por Jacy Monteiro, e publicado pela Hemus. 
Nesta obra, Lopiz, nos conduz a uma expedição vívida para o estudo meticuloso das pirâmides e especialmente de alguns sarcófagos. 
Ele comprova e obriga até aos mais renitentes e obstinados, que insistem em negar ao povo antigo egípcio a posse e utilização de aparato tecnológico muito avançada até mesmo para a nossa época, a concordar, que sem o emprego de tecnologia, primas óticos e aparato de laser especialmente em alguns sarcófagos, não haveriam  os egípcios logrado a perfeição alcançada.
Em um ponto do livro, Lopis assusta pelo poder de síntese, me pergunto onde estamos com a mente, porque insistimos neste círculo estúpido de negação? É por não admitir o "corte" que deve ter ocorrido antes do período que conhecemos, de florescimento da civilização egípcia, não admitir diante da pedra documental que a  humanidade já andou muito adiantada, mas que o corte, ou dilúvio, nos jogou num mundo sem os avanços tecnológicos dos quais já desfrutávamos com naturalidade. Donde recomeçamos...
Hoje já é consenso que a grande pirâmide é muito mais antigas que as outras, e que a semelhança entre elas está apenas no formato, já que a mais antiga, a de Queóps é excepcionalmente superior e obra de autores mais refinados e capazes. Mas continuar não admitindo? É como se a negação nos salvasse de algo assustador demais, mas que mesmo as crianças podem encarar com naturalidade.
Ainda não concluí a leitura do livro, que em função do desenvolvimento de cálculos técnicos em determinados pontos torna-se agreste para mim, mas recomendo muito sua leitura. Veja, o que o autor martela sobre os dedos gerais:

"A conclusão da análise arqueológica, baseia-se, portanto, em fatos e por isso, Kees e outros arqueólogos consideram como se produzida pelo acaso a orientação geodésica exata das pirâmides.
Como sempre acontece, a análise tecnológica conduz à conclusão oposta. Observando-se a Tabela 1 dos erros de desvio em relação ao meridiano, para as pirâmides verifica-se que, com exceção da de Zoser, o erro médio quadrático de orientação de oito pirâmides não excede 8' de arco e isto, conforme pode confirmar qualquer agrimensor, não pode ser produto do acaso. Na orientação das bases  meridianas em Agrimensura moderna a operação executada com teodolitos apresenta erros desta ordem, que os cadastros internacionais aceitam. Com efeito, os cadastros oficiais admitem, para o fechamento de polígonos em Agrimensura, um erro de 0,3% que corresponde aproximadamente a 10' quando se traduz para erro angular."

Figura acima, o Delta, primeira letra do alfabeto grego. fotografei de meu caderno de desenho.


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